Sazonalidade na Amazônia
É realmente impressionante a visualização das mudanças ocorridas no ambiente da estação cheia para a estação seca...
Eu, que trabalhei a maior parte da minha vida na região Sudeste, na Mata Atlântica, não tinha dimensão disso. E quando vim para a Amazônia, parei primeiro na Serra dos Carajás, que por ser serra, não tem tanta distinção assim entre as estações.
Agora trabalhando aqui, na "beira"do rio Solimões, é que pude constatar. Todas as trilhas que eu percorria de canoa, estão agora sendo percorridas a pé.
Todos as marcações que eu tinha feito...estão tão altas, mas tão altas, que só é possível enxergar o que tem escrito nelas com binóculos (sem exageros!).
Tive que remarcar tudo de novo...
O alagamento sazonal do rio Solimões causa uma elevação do nível d’água de 10 a 12 metros da estação seca para a cheia anualmente. Esta dinâmica da água é causada pelas chuvas nas cabeceiras dos rios da região associadas ao degelo anual do verão andino.
A enchente traz uma grande quantidade de sedimentos das encostas dos Andes e uma elevada concentração de nutrientes. Este é o principal causador da enorme produtividade das várzeas amazônicas, observada tanto nos sistemas aquáticos quanto terrestres. Estas alagações, com a conseqüente deposição anual dos sedimentos definem a geomorfologia da várzea, a sua fauna e flora, a sua biogeografia e mesmo os seus padrões de ocupação humana.
É realmente impressionante. E mais impressionante ainda é como a comunidade ribeirinha se adapta tão naturalmente a esta mudança!
Por estas e outras coisas que eu digo que valeu a pena ter abandonado tudo e ter vindo para cá! Em que outro canto do planeta eu vivenciaria isso?
Um beijo a todos...
Crédito das fotos: Euzinha mesmo, com a minha super Nikon Coolpix!
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